Fagulha
Aquela menina mulher
Que os anos moldaram seu ser
E não teve tempo sequer
De entender seu querer
Os anos passaram depressa
E toda sua carga também
E firme lá estava ela
Sempre se dedicando a alguém
Ela se perdeu em algum janeiro
Fevereiro, março ou abril
E quando decidiu buscar por si
Ninguém deu notícia, ninguém viu
Foram anos se anulando por causas
Que são nobres, não posso negar
Mas nunca perdeu o sorriso largo
E nem mesmo o brilho no olhar
E um dia uma fagulha
Acendeu dentro do peito
Mudando a cor do seu sorriso
Deixando tudo tão perfeito
E ela por não ter costume
De suspirar de euforia
Relutou contra a fagulha
Tentou conter sua alegria
Mas os seus olhos tinham brilho
Que desnudava seu sentimento
Usando toda a teimosia
Tentou matar o sentimento
Pobre menina que não sabia
Que quando é assim, não adianta lutar
Pois essa batalha já foi vencida
Pelo sentimento que insiste em brotar
E cercada de árvores, montes e rios
Algumas horas de paz e tranquilidade
De uma vez por todas ela revive
E ela entende quem é de verdade
Aquela que nunca deixou de existir
Mas se esqueceu que era mulher
Encontrou um novo motivo pra sorrir
E permitir se enxergar como de fato é.
[Um brinde às fagulhas que incendeiam o peito]