Consensualmente
Lampejo que da rotina se cansa
E esmorece depois de um breve alívio;
Beijando as mãozinhas brancas
Pouco trêmulas, que num curvar se alcança.
Basta a lembrança sem sentido no convívio,
E o chacoalhar brando das ancas.
Sentimento do dever cumprido!
Triste sina que acompanha o amor,
Resiste aos desatinos mas adoece no pudor;
Romance algum sobrevive à vida a dois,
O felizes para sempre vem depois,
Dos egos destruírem as esperanças,
E da sangria desatada brotará o nada que nos unirá.
Olhares que reconhecem o quanto se dá,
E olhares que não se contentam com tudo.
Culminante num desacordo mútuo
Onde ambos são obrigados a concordar.
Reclamações já se fazem inúteis,
Todas as coisas são fúteis diante a resolução:
Viver junto cada dia, todo dia, até que não.