DESPERTAR DA VISÃO
A insignificância gritante
Do que não permanece
Do que sequer merece
A beleza dum instante.
Por certo nem deveria
Trazer malas nem chegar
Pois o que veio buscar
Nunca lhe pertenceria.
Tolice é querer insistir
Dar trela, margem, vez
Alimentar a insensatez
E depois vê-la partir.
Sem alma e sem amor
Sem nada de sentimento
Seu jeito é tão avarento
Que não sabe dar valor.
E o tempo vai derreter
A trama da face oculta
E a visão clara e adulta
Será de um amanhecer.