Ainda estás?

O que de ti chega

é este vento gelado,

silêncio de palavras engolidas,

as feridas do último combate.

Pousadas as armas,

comidas a carne e as vozes,

sobra, podre, um olhar vazio.

Estás e faz frio como se não estivesses,

como se, morto, também eu gelasse.

Onde, nos perdemos?

Onde fica no tempo o caminho

que me levava a ti?

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 25/06/2020
Código do texto: T6987511
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