APENAS UM SONHO
Vi quando abristes a porta para mim; e, entrei...
Sem medo sem segredos cheguei me aconchegando,
Ao conforto do Lugar.
Não havia onde melhor ficar...
A luz que cobria o recinto era fugidia, como um mormaço,
Ofuscada pela luz açodada que eduzia do teu olhar...
Tão intensa e cintilante era, como cintilam as águas do mar!
Evocado por Dulcinéa, fui Cervantes por uns instantes.
Declarei-me Homero, e ouvir-te, em cantos de sereia!
Senti um cismático imbróglio rebuçado naquela teia...
Confundiu-me o obsequiado simpático da razão!
Percebi um encanto insólito perfeito e bonito;
como sol e chuvas finas que caem, em dias de verão!
E, decidi me entregar...
Deixei ficar apenas em meu peito
Mesmo que ainda trêmulo, inseguro e sem jeito...
O eterno, apenas sonho eterno...
De que na minha vida; sua vida, para sempre, irá ficar!