MOEDA DE TROCA

Amor próprio,

impróprio jogo,

há sempre quem o prefira...

Econômico, contido, calculado

submetido à justa medida.

Não poupo, faço o contrário:

Esbanjo tudo, aposto alto!

Deixo o outro sem saída.

Umas vezes, quebro a banca...

Outras, meu sonho se quebra

E a cada nova rodada,

quando recolho as fichas,

chego a rir do mercenário,

fico com pena do calculista:

De troca em troca, nenhum acréscimo.

De vazio em vazio, poupando a vida,

Consome-se sem nunca existir,

pois só conhece a plenitude de estar vivo

quem tem coragem de amar sem medida.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 23/06/2020
Reeditado em 01/07/2020
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