MOEDA DE TROCA
Amor próprio,
impróprio jogo,
há sempre quem o prefira...
Econômico, contido, calculado
submetido à justa medida.
Não poupo, faço o contrário:
Esbanjo tudo, aposto alto!
Deixo o outro sem saída.
Umas vezes, quebro a banca...
Outras, meu sonho se quebra
E a cada nova rodada,
quando recolho as fichas,
chego a rir do mercenário,
fico com pena do calculista:
De troca em troca, nenhum acréscimo.
De vazio em vazio, poupando a vida,
Consome-se sem nunca existir,
pois só conhece a plenitude de estar vivo
quem tem coragem de amar sem medida.