ELA E EU
Caminhávamos então alegremente
Num enlevo tão meigo de alvorada
como um casal de jovens namorados
Entre rosas desmaiadas tristemente
num chorar de violenta madrugada
Entre colunas de árvores frondosas
e num solo de raízes pisoteadas...
As abóbodas verde rutilantes
cintilavam em luzes colorosas
e fulgores de estrelas oscilantes
Tu me seguias pela estrada luminosa
toda alva como a luz das madrugadas
num tapete de flores desmaiadas
e pisavas nos reflexos luminosos
entre as sombras tétricas do nada...
Entre aplausos e vaias de tumulto
te jogaram muita lama denegrida
que não manchou o teu vestido branco
e não desfez o teu sorriso franco
nem desvaneceu essa visão querida
Encantada em eterna juventude,
ela virgem, em longa caminhada,
na região da triste hipocrisia,
era minh’alma que vinha de jornada
jogando beijos de melancolia...
Porto Alegre-RS, 2009