ATRÁS DOS CORTINADOS DA JANELA

Vi-te amor

olhei-te e vi-te.

Eras tu atrás dos

cortinados da janela.

E dos teus olhos lindos

desprendeu-se

uma pérola

de encanto singular.

Vi-te chorar!

Eu disse adeus,

adeus, querida!

E tu não disseste nada

não falaste

porque não podias falar...

Não mais te vi

nem para além

das cortinas baças

da janela.

Nunca mais...

Mas nesta longa

e cruel eternidade,

tens sido sempre tu

a dona dos meus sonhos

e dos meus pensamentos

todos.

És a base e o cume

dos meus desejos,

a razão das minhas

alegrias, poucas;

o conforto das minhas

amarguras, tantas!

És tu p'ra quem eu vivo

e viverei!

Porque hei-de

encontrar-te outra vez

atrás dos cortinados

da janela,

e hei-de ver-te a chorar

mas de alegria...

E hei-de abrir a janela

e contemplar-te

sem o entrave

dos cortinados baços,

e cingir-te ao meu peito,

p'ra sempre presa

à teia dos meus braços!

Leiria, Portugal

Orlando Caetano
Enviado por Orlando Caetano em 17/10/2007
Código do texto: T698205