Dúvidas de um poeta III
O ser humano é bondoso por convicção?
Ou por medo de uma condenação?
E por que pensa assim o poeta da contradição?
Será por que sente saudade de seu coração?
Os tolos de plantão acreditam que sim?
Que o poeta anda sempre na contramão?
O que conhece o poeta da contradição para merecer crédito?
Além da vã filosofia, poucas coisas, o suficiente para dizer não?
Não sabe ele que a lei natural é a dos mais fortes?
Ou ele prefere acreditar na simplicidade das coisas?
Não conhece a fama do ditado bíblico “ver para crer”?
Será que o tempo passa e com ele mudamos de crença?
Onde nasceu este mistério tão imperscrutável?
Do coração do poeta ou de sua razão?
Donde veio o teu encanto, ó poeta da interrogação?
Dos filósofos, dos escritores e de toda imaginação?
Alguém sabe o segredo dessa inspiração?
Será Deus à luz de minhas interrogações?