AMOR NA LÁPIDE
Nada mais há nestes teus olhos petríficos;
Desluzidos não riem, não dizem nada.
Frutos pecos caídos à beira da estrada.
Perderam doçura, tornaram-se cítricos.
Não há mais o fulgir da simples olhadura
Nascido na afrenia de um amor ultimado.
Da anteface que cobria a tua candura,
Envolvente mesmo longe de teus braços.
Não há mais o tressuar eflúvio de tua pele.
Nem os sons que sibilam sobre os cravos.
Sob a concertina das notas de uma canção,
Que o agreste estéril a minha alma fere.
Se me cortas aos poucos no frios agravos,
Meu pés descalços, o meu quinhão.