ESTALAGEM
Desconcertado me vi,
Nesta forma de querer,
Sentir o que não sentir,
Um pouco de meu viver.
E as vezes te busco,
Não necessariamente,
Eu passo a te encontrar,
Nem nas campinas, nem no mar.
Um cavalo branco,
A cavalgar sem fim,
Trazendo o teu encanto,
Deixando-o falar por mim.
Aprofundando com certeza,
No interior de uma ruína,
A ser a pequena estalagem,
De um viajante em demasia.
Então, me dou por vencido,
Que suportar é viver!
Amar não é poder,
E contemplar é merecido.
Arranco tudo o que tenho,
Ficando com as ideias,
Pensando em perder,
Vem a doçura dos lábios dela.
Invadindo sorrateiramente,
Virtudes dos quais desconheço,
Pois não as tenho mais,
Dia a dia, fui esquecendo…
Das ansiedades,
Da solidão à vista,
Com um candelabro aceso,
Escrevo com maresia.
Privar-me-ei dos inúmeros horizontes,
Após os anos terem passado!
Convivendo com imposições,
De guardar cartas antigas.
Ricardo Oliveira - 10/06/2020