Uma Taça de Veneno

De ponta a ponta sou eu nesta mortalha escura.

Mais luz me acordaria do lugar onde te possuo,

ave liberta, vento forte, cegueira

do tempo que nunca tive e inventei.

Sei que hoje não vens mas, ainda assim, nu

e neste escuro solitário sem portas nem janelas,

espero.

Que seja a minha a tua boca,

e a voz rouca que de um guerreiro me dês

me exile no fundo da tua terra.

Como se, ainda morno, o meu corpo te apetecesse.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 08/06/2020
Código do texto: T6971775
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