Uma Taça de Veneno
De ponta a ponta sou eu nesta mortalha escura.
Mais luz me acordaria do lugar onde te possuo,
ave liberta, vento forte, cegueira
do tempo que nunca tive e inventei.
Sei que hoje não vens mas, ainda assim, nu
e neste escuro solitário sem portas nem janelas,
espero.
Que seja a minha a tua boca,
e a voz rouca que de um guerreiro me dês
me exile no fundo da tua terra.
Como se, ainda morno, o meu corpo te apetecesse.