AOS PÉS DA SANTA CRUZ...

Eu queimei aquela carta perfumada

em época distante e senhoril!

Doce carta de amor primaveril,

que escreveu a tua mão tão delicada...

Aos pés da Santa Cruz... Apaixonada

canção de um menestrel do meu Brasil...

Idílio de ternura juvenil...

Lembrança de paixão brutalizada!

Um momento interior de solidão...

Eis que surge o teu vulto... Vizinhança

de fantasma – pueril desilusão!

Neste mundo de agonia e de lembrança,

uma nesga de luz no coração!

Sonhos de jovem... saudades de criança...

Porto Alegre-RS, 18/10/1963

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 08/06/2020
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