AOS PÉS DA SANTA CRUZ...
Eu queimei aquela carta perfumada
em época distante e senhoril!
Doce carta de amor primaveril,
que escreveu a tua mão tão delicada...
Aos pés da Santa Cruz... Apaixonada
canção de um menestrel do meu Brasil...
Idílio de ternura juvenil...
Lembrança de paixão brutalizada!
Um momento interior de solidão...
Eis que surge o teu vulto... Vizinhança
de fantasma – pueril desilusão!
Neste mundo de agonia e de lembrança,
uma nesga de luz no coração!
Sonhos de jovem... saudades de criança...
Porto Alegre-RS, 18/10/1963