Sempre




Espero você,
talvez, sem saber, espero
pelas curvas do vento,
nas “quebradas” de um passatempo.
Espero você,
de cacho de fitas
nos contornos do corpo,
nos lençóis azuis,
nos mistérios do amor,
sem segredos para a noite.
Espero você,
talvez na liberdade de um pássaro,
nos caminhos do “casarão”,
último berço, espera de vida.
Mas sempre espero você,
nos enganos traiçoeiros que a volúpia de um momento traz.
Espero, só por um instante,
um encontro,
inesperado surto de desejo,
incoerente como o meu pensamento.
Espero tudo,
você, a candura do amor,
a força da amante
contra a luz que passeia em meu semblante.
Espero a soma das vidas,
você em minha criatividade,
assassinando toda saudade,
que também espera você.