Que fique o meu






Acabei vendo de perto,
a vinda, a chegada prematura
do deserto,
sem oásis, sem as tâmaras,
também sem cactos.
Os oásis, onde matei minha sede de amor,
os frutos doces dos beijos,
embalo dos meus desejos.
Os cactos que machucavam nossas vidas
Doce era retirar algum espinho.
Foi tão prematuro,
acabei inseguro,
solto dentro da noite.
Ah, como se descobre
que o que foi tão nobre,
não passou de um louco sonho,
meditação de um menino grande,
de um imenso amor,
que pendeu ao peso de tanta angústia,
pousando, pousando,
pausadamente sob seus pés,
onde há de ficar para sempre...
Eternamente, eternamente.