AS VEZES ACONTECE

(Sócrates Di Lima)

Urge que a solidão tem duração,

Permanece enquanto a vontade exige,

A teimosia é uma contravenção,

Um ato nefasto que o temo corrige.

E quando eu dizia não,

Queria disfarçadamente dizer sim,

Mas meu pobre e cansado coração,

Se chacoalhava dentro de mim.

E a vida mostrava diferente,

Pois alguém se aproximou de mim,

Minha resistência foi transigente,

Preferia ficar sozinho, enfim!

E este alguém que veio se achegando,

Como quem nada quisesse,

Apenas momentos era o que ia oferecendo,

E eu aceitei sem que me comprometesse.

As vezes acontece, e o tempo é o senhor das soluções,

Coloca as coisas nos seus devidos lugares,

Deixa de ser apenas razoáveis razões,

E as emoções se encarregam de unir os pares.

Hoje sei que estou plugado nas suas vontades,

Você diz que me ama e eu resisti ao contrário,

Fingia apenas gostar antes de sentir esta saudade,

Que vai se multiplicando no meu calendário.

Passei então a sentir algo além de um simples gostar,

Diante de tantos carinhos, cuidados e atenção,

Se estes atos se unem a amplitude do amar,

Creio ama-la de verdade com toda minha devoção.

Então, Maria, acredite nesta poética declaração,

Fui resistente sim, fugi, fingi uma outra situação também,

Mas na verdade, posso lhe dizer em clara verbalização,

Continue a me amar, pois já estou lhe amando meu bem.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 04/06/2020
Reeditado em 04/06/2020
Código do texto: T6967670
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