Mãos


Eram tuas as mãos que falavam,
que buscavam a paz, o amor.
Eram tuas as mãos que buscavam
reflexos dos sonhos que eram vida.
Eram vidas que tuas mãos rezavam,
nas preces que crianças amamentavam.
Eram pedaços de páginas que tuas mãos
rabiscavam meus versos e cruzavam nomes;
eram nossos os nomes escritos.
Eram tuas mãos que pouco a pouco
faziam sombras nas paredes,
não eram acenos,
foram bênçãos.
Eram tuas mãos que vieram,
que acariciaram e feriram.
Eram também tuas, as espadas,
a prata lâmina cravada,
pelo sabor de ter vida,
da vida que jazia sem sabor.