NA NOITADA, EU NUNCA IMAGINAVA
Izaías Veríssimo de Castro (Záias CastroVéris) – 02/06/2020
Na noitada, eu nunca imaginava
Logo eu que nunca fui de balada
Tímido, de poucas e surradas palavras
Tive meu dia de almas cruzadas
Sob luzes, flashes e música mixada
A conheci na boate, a achei diferenciada
De longe, tinha visto que me olhastes
Eu ali, desconsertado, olhar cabisbaixo
Nem dei conta de quando aproximastes
Só senti um leve puxar pelo braço
Virei, olhei, e pra completar, vislumbrei
Toque de pele acalorado
Sorriso mais que desenhado
Bebeu no meu copo, me puxou pros passos
Tentei acompanhá-la no compasso
Meu ritmo já fraco, foi logo pro espaço
Suor brotava como água de cacimba
Coração palpitava, mente sonhava
A pergunta vinha: Será você menina?
A deusa que o destino designa
Pra no meu coração fazer morada?
Um papo legal eu ensaiava
Aceite de mim um convite
Aos ouvidos dela assim eu disse
Vamos sair do barulho, ficar a sós
Não estou ouvindo bem a tua voz
Pegou em minha mão, fez caminho
Logo ali tem jardim e um banquinho
Ah! Olha lá como está lindo o luar
Sinta como está fresco e puro o ar
Sua voz de veludo por segundos me deixou mudo
Quando retomei “tapou-me” a boca com um beijo
Depois disse nunca ter sentido assim tanto desejo
Desejo de conversar, abraçar, beijar
“Virar ”mulher, deixar de ser menina
À matemática do amor se entregar
Somar a mim, subtrair banalidades por mim
Dividir alegrias comigo, multiplicar o nosso Eu
Conjugar em todos os tempos o verbo amar
Na noitada, eu nunca imaginava
Logo eu que nunca fui de balada
Boate agora é só de ano em ano
Pra comemorar o dia em conhecemos
E mudamos todos os nossos planos