As manhãs não possuem o mesmo tempo,
Nem a sua fonte de verdade!
Já ando desprovido de sua beleza,
A existir apenas nas lembranças.

Um sonho meramente,
Vindo das razões eloquentes,
Sem metáforas ou luzes reluzentes,
Nesta pedaço de candura inocente.

Desfruto consciente,
Da companhia de minha face,
Que não muda em nada,
Os encantos de uma mocidade.

Assim, são as batidas,
Presas impunimentes,
Dentro de uma cela,
Antes do amor afluente.

Percebo o cheiro da morena,
Revelando-se na catedral gótica,
Com seus vitrais antigos
Ecoando as suas cordas.

Cordas suaves de quem,
Tem na voz um tom de fascínio,
Capaz de beijar além do romantismo,
Que se encontra na meiguice da Toscana.

E numa taça não qualquer,
Do precioso Castello di Ama,
Repousar na sublimidade da sensação,
Da embriaguez dos olhos que chamam. 

Então, contigo vou me rasgando,
Pouco a pouco nesta vida!
Tocando-te no vento,
Nesta noite insana e fria.

Pois só vejo uma parcela,
Das meias duas de palavras,
Com que vou tendo o prazer,
De apreciá-las tão caladas.

Por Ricardo Oliveira  01/06/2020.
Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 01/06/2020
Código do texto: T6964876
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