Vaidade




Quisera tê-la feito corrompida
pela noite que fizemos em fumaça,
que se desfez pelo espaço
riscando um pequeno traço,
um fio marcante em meu rosto.
Você se destinou aos brindes,
aos sorrisos que viajavam,
alojando-se em pontos opostos.
Nada foi contraído, além de saudade...
por mim, que fui absurdo,
que tentei burlar os vínculos da solidão.
Você passou pela noite,
rompeu o amanhecer;
júbilos de vaidade cultivaram o dia.
Assim, você passou sem vestígios visíveis.
E eu, o que fiz, o que senti?
Ninguém soube, apenas retive,
contraí uma ficção obcecada
pela vida, pelo momento que não parou,
quando sua boca foi pela minha retida,
foi apaixonadamente beijada.