Borboleta Azul.

Hoje, uma antiga visão invadiu meus pensamentos.

Era íntima mas, percebia-a indiferente.

Agitava-se feito mariposa aflita

Negando partir pela janela a sua frente.

Alvoroçada percorreu toda a sala

Esbarrando em lembranças velhas

Livros empoeirados, esboço de vidas mortas

Agarradas aos fios da fria teia

Que de certo, algum arquiteto, esqueceu de tecer.

Pousou sobre as páginas do salmo predileto

De uma fé morta

Vestida de traços e traças...

Mirou o porta-retratos onde um sorriso

Já quase apagado

Tentava sobreviver.

De repente, com a investida do vento

Que a luz da razão, se abriu

A estranha visão, bateu asas e partiu!

Marisa Rosa Cabral

30/05/2020.

Marisa Rosa
Enviado por Marisa Rosa em 30/05/2020
Reeditado em 13/05/2021
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