Amei (reles de amor)

O instante não existe, Cecília,

E eu não tenho motivo para cantar

A doce canção.

Meu mar não é absoluto,

A canção não é tudo.

A minha vida não se explica

Através de orações

Subordinadas adjetivas restritivas,

E o amor da menina

Mística não tem nada a ver

Com o que eu já escrevi.

As rosas...

Para onde foram os cartões

Rabiscados de suspiros? Onde

A graça rústica que matou

Meu coração? Caiu sonâmbulo

O eu do poeta diante das indagações

Que lhe foram feitas

Pelo amargo campo da vida,

Que não retira as algemas dos meus braços.

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*Poema escrito na década de 1980.

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 16/10/2007
Reeditado em 18/01/2008
Código do texto: T696097
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