Valsa dos 25
Naquela madrugada que chovia ela estava sob um teto, mas ainda afogada se sentia
Aos pés do cavalheiro que a porta irrompia e eu continuava calado
Seus lábios replicavam carinhosamente com tristeza, diante da pobreza de delicadeza
Com um suspiro magoado.
E seu coração confuso e pesado se partia
Sob os pés de quem clamava tanto amá-la
Esperando aquele que já conhecia
De quem tanto lhe falava sua tia
Por quem ela suspirava quando sonhava
Com a pureza que no baile dos 15 dançava
E deveras tu acreditas ser cortês
Crê de fato ser um nobre que a tem em tua posse
Como pode a um cavalheiro haver tão pouca lucidez?
Como pode um tolo insensível considerar-se nobre?
E quanto a mim, há escasso ou nada de embaraço
Ao ser clamado a conduzí-la nesta valsa
Embora a mim caiba, entretanto, agora apenas ser guiado
Por uma dama que de mesmo modo é capaz de liderar
E por certo de sozinha dançar, sem qualquer embargo
E compreenda-me não como um pretenso paladino
Visto que ela tenha salvado a si, por si e não por mim
Mas apenas como um pacato jovem menino
Esperando que ela seja capaz de prover amor a si só para depois amar a mim.