Sensações

O que, por ser considerado um sacrilégio

É um tatear cego por falta de cerne

E a escura matéria que de mim emerge

E faz sentir teus olhos sobre mim,

Um privilégio! Não nego.

Ai de mim que tuas duas safiras flutuam

Criando um fogo que consome meu ser

Na magia de um querer ou não querer

Na moldura deste pedaço da lua

Que imagino ser

Olho-te no tempo como se não estivesse

Na vastidão do meu sentido de existir

De viver um amor desde seu alicerce

E ver este amor na morte transgredir

És as cores que refletem teu espirito

E de repente no teu ventre me aconchego

Se és doçuras na vastidão deste infinito

Também é a dor que na solidão eu me vejo

Saio do corpo como um espirito vagante

Daqui diante entro em um mundo de sonhos

Restam a mim vestígios de um mundo mundano

E meu ectoplasma é de um parecer medonho

Ainda quero sentir a tua mão aveludada

Que suavemente enfraquece

O meu coração

Porque acho que ela fotalece

O éter da m'alma

Senão for pelo sim será pelo não.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 27/05/2020
Reeditado em 27/05/2020
Código do texto: T6959761
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