Um abraço de flauta

A flauta do menino entoava na alvorada

Um murmúrio que sucumbia uma mãe

Doce som da inocência aguda

Que dilacerava o coração da matriarca

Com uma rajada de onda e luz

A flauta acalentava todas as suas dores

E aquela mulher, mesmo com coração esfacelado

Se inundava de ternura, de contemplação

Sonhava um sonho profundo que julgava obtuso

Queria ver seu menino num lindo palco à sua altura

A flauta carregava os sonhos da mãe

A música abraçava o menino

- Meu filho quando ei de te ver no palco?

Lamentava a mãe, chorosa

- Aqui só tem seca, só flor de palma

-Olha-me nesses olhos, que tu mesmo fizesse, mãe!

-O palco da vida sou eu

-E eu sou mesmo é do mundo inteiro!