O Outono das Paixões

 
O sangue tropical desvenda os vasos do corpo,
E o calor das células físicas enfrenta o frio do vento,
Lufada noturna toca as encostas do perfil humano.
O dia tombou de cansaço frente a agitação das horas.


O céu toma ares viris, e desnuda o pudor das estrelas,
E estas como que feminis entre confessam segredos,
São mistérios sobre algo que está por surgir,
São sutis letras sobre vida nova sobre o velho cotidiano.


Um rosto silencioso tudo observa, a tez está sensualizada,
Um sorriso de menino brinca na face masculina amadurecida.
Dividem o coração alguém que quer filosofar,
Enquanto outro insiste em construir poesias.


Uma estranha dualidade, que lhe faz sentir as asas quebradas,
Quais asas? Se é o chão que o tem. Porém crê poder voar.
A realidade desmente a ilusão, sente o duro chão do solo.
Mas tem a impressão de conhecer o ar rarefeito do céu.


Não tem asas, mas tem imaginação, para divagar,
E por divagar, vai longe, mergulha em abstrações,
Vê algumas lágrimas de alegria a visitar o infinito,
Vê que seu coração comunga com horizonte, e está feliz.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/05/2020
Reeditado em 25/05/2020
Código do texto: T6958249
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.