Nascemos ao tempo

Nascemos ao tempo

Que não pára, para nos saudar.

E a natureza nos acolhe

Selvagem ao primeiro despertar.

O crepitar da vida aos olhos dos anjos

Que afagam a alma desolada

Seus erros sobrepõem-se ao seu rastro

E escondem a breve caminhada.

E as cicatrizes,

Única prova que temos de que sentimos dor

Fecham-se, e rompem uma fenda no passado.

Passado que passa a cada instante

E abre alas a um presente perpétuo

A prisão dos que não passam no tempo.