Amor de Covil

Com o tempo percebe-se que a cumplicidade, nessa vida, é a base de tudo,

A beleza pode atrair, não te deixar ir, te encantar ao ponto de te deixar mudo;

O sexo é arma letal, prazer carnal, pecado imoral que te prende naquele momento,

Mas nenhum animal, nem mesmo o mais carnal vive a base desse delicioso intento.

É no riso, é no choro, é só no compartilhar que se constrói uma vida a dois,

Um bom dia, como foi seu dia, senta aqui comigo que o resto fica pra depois;

O tempo ensina que não dá pra argumentar, nenhuma curva é maior que o cuidar,

Nenhum beijo é mais poderoso, o toque não é mais gostoso, do que poder compartilhar.

O tempo é impiedoso com a frivolidade, destrói quem supõe que o corpo os sustentará,

Pois este não vence a idade, não suporta a passagem, não respeita a saudade e nada restará;

Então, cairá o amor vil, que ilumina apenas o covil, da mais bestial fera selvagem;

Esta fera que vive de corpos, deleitando-se entre pernas, herdará daquelas somente a imagem.