FLOR DE JASMIM

Que saudade, meu amor,/ dos teus tempos de inocência

Em que pensavas que a dor/ Era a razão da existência

E me pensavas teu Senhor/ e tua própria consciência

E me pedias com temor/ Pra eu te dar minha indulgência

Se roubavas, que maldade,/ um beijo de minha mão

Se dançavas, santidade,/ via-te anjo de sedução

Se mentias, vaidade,/ eras só redenção

Se choravas de saudade/ triste mar, tua canção

Hoje, és só prazer, louco sonho, fogo, canto

Teus lábios são poder,/ Teus olhos, falso pranto

Podes,então, tudo comprar/ Homens, mundos sem fim

Só a inocência de volta/ Comprar não podes mais

E me dizes, com revolta:/ “Não a quero, foi demais

Minha dor por te amar,/ foi o que me fez assim”

“Não soubestes cultivar/ o meu amor, flor de jasmim”

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 21/05/2020
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