Desenhando o impossível

Hoje,

Em um momento aleatório

Lembrei dos olhos, fixos

Fixos em mim

Soltos pelo meu corpo

Atenciosos ao agora

O gosto da incerteza

É doloroso e saboroso

De talvez nunca mais vê-la

As chuvas escassas

Desse novembro não embaça

As minhas janelas e vidraças

Banhos de suor na minha cama

Desejos, razão, disformes

Nenhum sentimento nos conformes

Meu corpo nu, sem direções uniformes

De olhos acordados, delírios

Dormindo, sonhos e devaneios

Impossibilidades me abraçam

A minha mente desenha o improvável.