INVISÍVEL A VOCÊ

Não vejo teus olhos,

Nem mesmo tua pele,

Nem sei quem sois,

Quando a brisa toca-lhe os pés!

E tão meiga-flor,

Desapareces como um navio,

A sair pela escuridão,

Sem destino para atracar, então!

Veja, que sou invisível,

E de invisibilidade, entendo,

Pois meu tormento é não ver a essência,

Que carregas contigo, neste mundo adentro.

E falo: - Quão grandiosa vens,

Trazendo um pouco de perfeição?

Do silêncio me convém,

Ser distante do teu coração.

A boca te revelas,

Mas os lábios não os lembro,

Fazendo parte de um verso,

Cantando façanhas do tempo.

Continuo o meu monólogo,

Nos dias em que a noite chega!

De que maneiras me encantas,

Tirando o sono que me golpeia?

Um momento em Tróia,

É desejar aquela quem a amar,

Doce como a história,

Helena vai me deixar!

Então: - Quem surge, tu Pàris?

Um covarde em guerra?

Mas, cujo o ser da amada,

Enfim, arrebatou!

Não sou uma verdade,

Nem lenda a buscar glórias!

Apenas me questiono,

Sim, e agora?

Mergulho em mim mesmo,

Pensando um pouco de ti!

Caminhando me convenço,

Qual beijo, roubarei assim?

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 20/05/2020
Código do texto: T6953342
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