Desvario




Mulher, você tem o sabor do tempo
enobrecido pelo gosto do meu olhar,
sobre sua nudez,
pelo rosado da sua tez
colorindo meu ambiente,
fazendo bem recente
o jogo a dois,
pelo espaço de corpos nus,
sem intervalos.
Mulher de sabor bravio
que queima meu pavio
explodindo a fogueira,
a única, a primeira
corrupção que o mundo criou
em nome do amor.
Quero sim, de repente,
romper,
corromper,
afugentar barreiras nas camas,
despedir as damas,
desfrutar a mulher,
ser pego, preso, humilhado
por não ter o que contar,
calado no silêncio afeito,
e medrar em algum preconceito
mergulhando no azul do amor,
para depois,
a dois,
ainda pelo tempo repousar
em você mulher com sabor de passagem,
eternamente com muitas voltas
ao gosto dos contornos.