NO POÇO

Obscuro-me em regiões abissais,

Sem seus beijos e fantasias.

Moribundo-me sobre um corpo inerte

E morro de tristeza entre seus braços.

Arfo de desejo,

Lhe procuro,

No poço nada extraio

E submersa, naufrago.

Presa às amarras não ancoro,

Meus olhos sagram a dor,

E sob a fresta não há luz.

Na solidão você ouvirá o meu grito,

Me verá na sombra e aflita.

Na escuridão sentira que existo,

Me verá reticente e sem abrigo.

Na multidão você esquecerá meu carinho,

Me verá como inexistente e oculta.

Rosa Sousa
Enviado por Rosa Sousa em 17/05/2020
Código do texto: T6949847
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