NO POÇO
Obscuro-me em regiões abissais,
Sem seus beijos e fantasias.
Moribundo-me sobre um corpo inerte
E morro de tristeza entre seus braços.
Arfo de desejo,
Lhe procuro,
No poço nada extraio
E submersa, naufrago.
Presa às amarras não ancoro,
Meus olhos sagram a dor,
E sob a fresta não há luz.
Na solidão você ouvirá o meu grito,
Me verá na sombra e aflita.
Na escuridão sentira que existo,
Me verá reticente e sem abrigo.
Na multidão você esquecerá meu carinho,
Me verá como inexistente e oculta.