Avenidas




Os caminhos procuram sua porta,
as voltas se fecham,
as lembranças se partem,
as faces se esquecem.
Os caminhos da sua porta
se esfriam,
as lágrimas aquecem
as faces que se lembram,
nas tardes de sol de nós dois,
nas manhãs tão pequenas,
nas noites longas de hoje.
Os caminhos da sua porta,
pelo sorriso amigo,
pela mão companheira,
nos tempos finais de nós dois,
nas duras palavras ditas,
nos passos esvaindo-se pela calçada,
no soluço que o barulho cortou,
na lágrima que ironicamente mergulhou
em minha boca seca.