Retida na poesia


Era como se fosse mágica,
minhas mãos pousam em seu corpo
nos lugares certos...
nas horas certas,
captam toda vibração,
a energia que emana,
a doce e fiel trama,
todo tremor
daquele que um dia existiu,
de mim em você,
de você para mim,
em nós o amor.
Hoje as mãos chovem nas páginas
em vocábulos incertos,
em momentos vagos;
também seu corpo sem avisos,
espera pela mágica
enquanto mãos procuram sem endereços,
encontrar suas reações
que estão em minhas,
nas nossas emoções;
são crepúsculos, finais,
pautas de um grande amor
que esperou a chuva, após a queimada,
para brotar além, em outros quintais.