INFINITAS LEMBRANÇAS
Suavemente adentrei outra
vez naqueles acontecimentos
que deixaram marcas, e,
embora inumados no tempo,
vez ou outra, trazem infinitas lembranças.
O nosso primeiro encontro, os
momentos diligentes que passávamos
lado a lado, sempre tão comemorados,
sempre tão ornamentos com flores.
Os teus pensamentos eram meus,
como os meus eram todos teus,
nada, mais nada fazíamos separados.
Súbito, por mãos desconhecidas,
foi pintado sobre uma tela, os
primeiros desencontros, as primeiras
lágrimas, tudo continha pinceladas
com tinturas de diferentes tonalidades.
A partir daí, um vácuo, um
abismo a nos separar, mãos desajuntadas,
pensamentos distantes, o tempo cansado
não dava vazão ao que lhe fora ordenado.
Acabaram-se as juras como a
paixão desenfreada, tudo o que
foi nosso, acabou embrulhado e
esquecido em algum lugar do passado,
mas, vez ou outra, ainda trazem infinitas lembranças.