Criatividade


Quero estar no céu do seu beijo,
em sua boca,
como antes fora,
fora da neblina
dentro da menina.
Quero sobrar neste céu,
cair sem pára-quedas,
rolar lento no assento do seu colo,
romper a protuberância do seio
deslizando no âmago do ventre
e pelo contorno das coxas, dentre,
repousar todo o tremor,
a saudade de um momento
vencido, sonhado,
nascido, bordado
nas ânsias das ausências.
Quero esquecer os hábitos
na mistura dos hálitos,
no corpo para o corpo,
no amor que não se faz
já feito pelo tempo,
quero derramar o suor
enquanto faço chover
no agreste desconhecido,
semeando o fruto que há de alimentar
para sempre um grande amor.