RENÚNCIA AO AMOR

Fostes meu cálice de fogo;

Algo que pude agarrar enquanto;

A tristeza me sufocava;

Algo que enxugava meu pranto;

E acalmava minha fúria;

Talvez seja o destino;

Que te levastes;

Para os braços de outro;

Nem ao menos se despedistes;

De nossos dias gloriosos;

Em que nossos corpos;

Se uniam;

Como astros celestes.

Me destes o amor;

Enquanto fostes o amanhecer;

Nos horizontes que perseguíamos;

Talvez seja a luz;

Que não iluminasse como outrora;

Nossos caminhos e nossos desejos;

Nossos corpos e nossas almas;

Se tornaram partes inseparáveis;

Do terrível aroma da dor;

Não sei se era amor;

O que nos uniu;

Ou se fostes mesmo;

O ilusório brilho da paixão.

Nem mesmo a lua;

Negou o sol de tal maneira;

Fostes maldosa e inconsequente;

Nada mais poderá;

Nos trazer aos velhos tempos;

De risos e anseios do ânimo vital;

Nada nos fará superar;

A mágoa que esfacela os nossos corações;

Nada poderá trazer;

A chama que consumia nossos corpos;

O calor de nossa bela paixão;

Pelo mal que nos acometeu;

Pela dor que causastes;

E que agora corrói a minha alma;

Eu renuncio o amor;

Pelo fim de todo esse martírio;

Evitarei a dor;

Afinal de contas;

Estou renunciando o amor.

RAFAEL BIANCHETTI
Enviado por RAFAEL BIANCHETTI em 10/05/2020
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