RENÚNCIA AO AMOR
Fostes meu cálice de fogo;
Algo que pude agarrar enquanto;
A tristeza me sufocava;
Algo que enxugava meu pranto;
E acalmava minha fúria;
Talvez seja o destino;
Que te levastes;
Para os braços de outro;
Nem ao menos se despedistes;
De nossos dias gloriosos;
Em que nossos corpos;
Se uniam;
Como astros celestes.
Me destes o amor;
Enquanto fostes o amanhecer;
Nos horizontes que perseguíamos;
Talvez seja a luz;
Que não iluminasse como outrora;
Nossos caminhos e nossos desejos;
Nossos corpos e nossas almas;
Se tornaram partes inseparáveis;
Do terrível aroma da dor;
Não sei se era amor;
O que nos uniu;
Ou se fostes mesmo;
O ilusório brilho da paixão.
Nem mesmo a lua;
Negou o sol de tal maneira;
Fostes maldosa e inconsequente;
Nada mais poderá;
Nos trazer aos velhos tempos;
De risos e anseios do ânimo vital;
Nada nos fará superar;
A mágoa que esfacela os nossos corações;
Nada poderá trazer;
A chama que consumia nossos corpos;
O calor de nossa bela paixão;
Pelo mal que nos acometeu;
Pela dor que causastes;
E que agora corrói a minha alma;
Eu renuncio o amor;
Pelo fim de todo esse martírio;
Evitarei a dor;
Afinal de contas;
Estou renunciando o amor.