Sentimosfera
“Por que é que, para ser feliz, é preciso não sabê-lo?”
Fernando Pessoa
Em murmúrios: desatino em devaneios.
Turva os sentidos. Apagadamente rememoro
O flerte envolvente que semente fatal foi.
Deslembro de mim: pasmados ficamos.
Tal balde dágua que perde o fundo, esvai.
Desembainhadas almas expostas ao amor.
Ambos empacados: mover não se podia.
Nenhuma palavra. Escancarado encanto.
Nebulosa sentimosfera de áurea afeição.
De dadas mãos: saímos mútuos pra nós.
Escolhidos fomos. A natureza nos quis.
Felizes - uno é ambos - germinando vida.
Em dor de saudade: desatina o destino.
Forjo os sentidos. Prazerosamente rememoro
A paixão eloquente que fermento cabal. Foi!