Sentimosfera

“Por que é que, para ser feliz, é preciso não sabê-lo?”

Fernando Pessoa

Em murmúrios: desatino em devaneios.

Turva os sentidos. Apagadamente rememoro

O flerte envolvente que semente fatal foi.

Deslembro de mim: pasmados ficamos.

Tal balde dágua que perde o fundo, esvai.

Desembainhadas almas expostas ao amor.

Ambos empacados: mover não se podia.

Nenhuma palavra. Escancarado encanto.

Nebulosa sentimosfera de áurea afeição.

De dadas mãos: saímos mútuos pra nós.

Escolhidos fomos. A natureza nos quis.

Felizes - uno é ambos - germinando vida.

Em dor de saudade: desatina o destino.

Forjo os sentidos. Prazerosamente rememoro

A paixão eloquente que fermento cabal. Foi!

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 09/05/2020
Reeditado em 24/05/2020
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