Traços de poesias


Feito de luzes,
quimeras de mel,
jogadas pelo papel,
são meus poemas até você.
Minha timidez nas viagens,
nos tropeços aos vocábulos
que saltam pelas festas.
Feitos de saudade,
quisera só de amor,
jogadas ao papel sem dor,
foram os poemas que fiz;
pularam, saíram em fuga
daqui, da prisão
até a palma da minha mão,
mergulhando nas pautas.
Ah, as pautas foram tantas
que saltaram,
dançaram,
nuas, peladas,
vestidas, rasgadas.
Ah, as pautas, pobres pautas,
que manchadas
foram desmanchadas,
nas mãos que os poemas,
em algumas,
libertos ficaram para você,
em seu espaço,
um pequeno traço
que se assemelha a imagem,
seu vulto de poeta
que atendeu em hora certa,
saindo da sua vida,
entregue a vida livre das pautas;
pobres pautas.