Quarentena

eventualidade e acaso

coincidência e fortuna

viro o rosto, a seguir o canto

do pituã

pensando se o canto deste

é o mesmo de lá

da tua terra

de algodoeiro e flamboiã.

canto de saudade, este

do passeriforme entristecido

ou sou eu que lhe ponho chagas

na ânsia de compartilhar o fardo.

saudades da rua serena

do sol a banhar os gatos

os cantos entre ramos tênues

rubros e verdes, amarelos ao chão.

o mundo a colorir meu menino

a tela branca, pele inteira tua

natureza viva, a exibir na galeria

das minhas memórias

a saudade plena, pura e doce

de amá-lo na vida

toda presentes e passados

seja aqui

ou lá.

Zéfiro Alves
Enviado por Zéfiro Alves em 08/05/2020
Código do texto: T6941434
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