Quarentena
eventualidade e acaso
coincidência e fortuna
viro o rosto, a seguir o canto
do pituã
pensando se o canto deste
é o mesmo de lá
da tua terra
de algodoeiro e flamboiã.
canto de saudade, este
do passeriforme entristecido
ou sou eu que lhe ponho chagas
na ânsia de compartilhar o fardo.
saudades da rua serena
do sol a banhar os gatos
os cantos entre ramos tênues
rubros e verdes, amarelos ao chão.
o mundo a colorir meu menino
a tela branca, pele inteira tua
natureza viva, a exibir na galeria
das minhas memórias
a saudade plena, pura e doce
de amá-lo na vida
toda presentes e passados
seja aqui
ou lá.