Júbilo




Quero que venhas,
e mesmo ao gosto do tédio
não quero que contenhas
todas as cores,
as mesmas deixadas na crosta,
na capa envolvente
que de ti, de mim, de repente
fez solidão.
Quero sorrir ao desapontamento
pelo colorido pálido,
desbotado
como nossas celebrações.
Hás de querer também festejar
toda incúria legada,
pedaço intolerante da vida.
Havemos de conter ímpetos
crucificando nossas mágoas
arredias e bem viventes.
Mesmo que venhas,
outras cores brilham em auréolas
na festa que desliza o tempo.
Tens o rosa de felicidade
no rubor da juventude,
enquanto obscuro, segrego-me no azul
com o palor dos perdidos,
mas na boca, o gosto da vitória.