Fenecer no infinito




Oculto entre as nuvens
se esconde um véu azul,
impoluto na formosura tenra e angelical.
Em que estrela te olhas,
em que céu estás?
Em que mãos te deitas,
fitas, deleitas?
Que fascínio escondes,
envolta entre luzes?
Que aromas transpiras
enquanto rebusco poderes, climas,
ânsias para controlar lampejos,
febres encrostadas de paixão?
Ah, relíquia de visão quase perdida,
festa colorida,
noite triunfal de tantos desejos,
quero-te desencadeando,
dobrando mais preconceitos,
ofuscando rútilo das estrelas.
Quero-te singela, exuberante,
ausente de minhas coisas,
desapercebida que o mundo existe,
que existo em algum canto
trançando fiapos de rabiscos,
querendo ser poema em teus olhos
para ser eternamente azul.