Espelho da alma




Seu encontro
entre as grades que ladeavam
minha solitude
corromperam meu silêncio
no sorriso que ficou nos olhos,
na voz quase sussurrada
que fez tocada minha solidão.
Ah, e seus olhos azuis,
na falta do tempo
que perdi por não segurá-los.
Hoje, sei que é tarde para reclamos,
anúncios em jornais,
placas pelas ruas.
Você não voltará
com rútilo ou sem;
são inúmeras suas cadeias,
as teias,
as mãos que hão de prendê-la.
Tenho que consolar-me
com outros azuis,
com alguma estrela.
Mais uma vaga perda
para enredar, também mais uma história
pela passagem na terra,
neste berço de desafetos,
por ironia ou insensatez,
você ter me marcado tanto por vê-la,
numa última e única vez.