Complexidade




Meu gosto de maçã,
da sua boca inaugura o beijo,
o primeiro.
Não pude disfarçar o desejo,
tampouco conter a inibida boca
que marcou o sorriso de vergonha
na sua menina.
Foi uma pequena fração
que escapou,
um minuto que fugiu do tempo,
não foi computado.
Meu abraço com sabor de abril
travou seu corpo,
mais uma vez desceu o pejo,
me encolhi sob sua cortina
rolando meu rosto ao seu menina.
Meu corpo com sabor, gosto de verão
bronzeou sua nudez,
ah, eu morri... Após,
antes foi deliciosamente impossível.
Não pude, não quis
conter o baile, a festa do primeiro,
do último momento,
a loucura da razão
no sabor da juventude
que enevoou minhas têmporas.
E sem que saibamos,
pousamos tudo naquele minuto
que o tempo não computou,
apesar de ter sido ontem,
sem manhãs, sem hoje nem amanhãs
para contar o nosso recado.