Estrada




Os abismos pelas estradas,
nas emoções que alimentavam
e cultivavam as tortuosas descidas,
romperam as carícias,
embora fictícias,
que a vida transportava,
depositando em meus ombros.
E nas metades do tempo,
proventos recolhidos,
percebidos,
imperfeitos pelos tetos que me cobriam,
davam-me rejeitadas ânsias
pelo que eu queria,
pelo que não conseguia.
E como se tomado,
meio esguio,
pouco domado,
recebia tudo, quase que
em torno a um fascínio
onde pela estrada você
se repetia em cada sinal,
sem saber se o absoluto
se relacionava ao mal.
Mas eu desejei,
tentei
pelo encontro feito contorno,
embora o retorno
fosse pela estrada,
apenas mais uma noite,
feito em camas,
com as luzes já apagadas,
crepúsculo de um grande amor.