Idealismo


Hás de vir povoar
o agreste interior que ficou em mim.
Hás de sentir, curar
as regiões áridas
que marcam tensões
na neve que já flutua em minha cabeça.
Hás de penetrar
nas cortinas fechadas
que o tempo selou.
Hei de concebê-la
sem palavras, nem respostas.
Perguntas não serão feitas
ao desabrochar a visão da vida
que volta, retorna ao leito
pelo quarto vazio.
Hei de ser,
sem nunca ter tido,
apenas ser,
sem que se importem com o ter.
Hás de vir,
serei o que nunca fui,
serás comigo tudo,
tudo o que não fomos,
apenas somente
um único e sem mentiras,
infinito amor.