Ex -Paço



Compreendo que amo você
nas coisas que faço
e nas que não fiz.
Nas que não fiz para retê-la,
que fosse, um pouco mais.
Mas, entendo que amo você
nos retalhos que percorremos,
pedaços, estreitas passagens
que nos viram passar
lado a lado, um pelo outro.
Amo você,
mesmo assim, sem nada,
sem razões para não ter feito nada,
amo você.
O tempo se escoou pelo próprio tempo,
se perdeu; tudo é ontem,
hoje, também já não é,
só amanhã tem validade
em seu curto espaço para tanto.
Mas, entendo que amo você
de ontem, de hoje para amanhã,
para sempre, eternamente.
Só compreendo que amo você,
mesmo sabendo que nada fiz.