DESATINO

Autora: Regilene Rodrigues Neves

Sentimento insano

Que me abrasa o corpo

Desatina a alma

Deixa-me envolto

Em lânguido olhar...Sinto-te.

Passageiro eu sigo

O rastro do destino

Em teus caminhos perco-me

Envolvido entrego-me

O sentimento é tépido

O homem carente

A mulher ardente

A bebida caliente

Escorre entre taças abertas

Dois picos ascendentes

Em erupção de desejos

Sentidos se tocam

Em busca erótica

Fascinação de olhares

Vadios do amor

Vivem a boemia de um momento

Esvai-se a noite libertina

Rende-se fogoso o amante

A troca é voraz

Corpos se buscam em instinto abrasador

O calor abriga

O vicio alucina

A hora aproxima

Nada ficou no lugar

Gemidos e sussurros no ar

Mãos se entrelaçam

Corpos adentram-se em entrega

O momento é rebelde

Insensato

Mergulho no teu cálice

Sinto tua pele rubra

Quente

A brasa dos desejos é sorvida

Vem pra mim, seja eterna...

Em ventos vindo do leste

Solto o destino

Quero ser teu

Plácido e gentil

Seguir a trilha do teu corpo febril

Mergulhar em tuas vontades

Em rebojos de tempestades

Até sentir águas mansas

Do cansaço do teu corpo

Lá fora, badaladas acordam o dia...

O orvalho brota da manhã

O sol vem chegando em sua forma matinal

O vento balança a janela

A brisa entra sorrindo

A rosa estendida

Um sussurro ao longe

Vem acordar o amor!