Castigo




Foi o tom,
o som,
os finais dentro do ponto
sem encontro.
O beijo louco,
quase pouco
para tanto grito abafado,
o vindimo do pecado
de ser o que fora,
fora do tempo sem época,
sem pressa
pela rua, avenida,
na secreta solidão,
na dileta função
de ter sido só,
sem saber que a canção,
o toque melodioso termina
na ponta da vida que continua,
tão nua como a verdade
que fez de nós, saudade,
na neblina que desceu
enquanto o pensamento sobe,
viaja, corre, corresponde
pela distância, na ausência.
Foi som
sem tom,
no silêncio que passeia
enquanto procuro, vasculho
no fundo de tanto orgulho,
a penúltima lágrima que caiu,
rolou, pingando em seu retrato
que a canção abraça,
enquanto chamo seu nome.